Não acredite, vá ver por conta própria: o antídoto contra a ignorância e a passividade
- Ronilson Pelegrine
- 2 de abr.
- 2 min de leitura
Vivemos na era da informação, mas paradoxalmente, também na era da desinformação. Notícias falsas, discursos inflamados e promessas vazias circulam como verdades absolutas — e pior: são consumidas sem questionamento. Aos cidadãos que desejam um país melhor, meu recado é simples: não acredite. Vá ver por conta própria.
O perigo da credibilidade cega. Quantas vezes você compartilhou uma manchete sem ler a matéria completa? Quantas opiniões você reproduziu sem checar os fatos? A internet nos deu voz, mas também nos tornou reféns da superficialidade. Se queremos mudar o Brasil, o primeiro passo é desconfiar. Pesquise fontes, exija dados, questione narrativas. A verdade não é um produto pronto; é uma construção coletiva.
Liderança não é cargo, é atitude. Nosso país clama por novas lideranças, mas elas não surgirão apenas em eleições. Surgirão nas assembleias de bairro, nos conselhos municipais, nas audiências públicas, nas sessões da câmara de vereadores, nas reuniões escolares, espaços hoje vazios de participação popular. Enquanto reclamamos nas redes sociais, deixamos que outros decidam por nós. Quer influenciar políticas públicas? Esteja onde as decisões são feitas. O poder, afinal, reside na presença.
Debate com grandeza: menos paixão, mais solução. Não faltam discursos ideológicos no Brasil; faltam diálogos. É possível defender bandeiras sem demonizar quem pensa diferente. Nosso compromisso deve ser com o concreto: reduzir desigualdades, combater a pobreza material e intelectual, garantir dignidade. Enquanto discutimos esquerda ou direita, milhões vivem sem saneamento básico ou acesso à educação. Isso não é "problema do governo"; é problema nosso.
Mas atenção: Alguns até tentam participar, mas desistem no primeiro enfrentamento. Burocracia, resistência de gestores ou cidadãos que rejeitam críticas são obstáculos comuns. Não espere aplausos. Quem desafia a ordem estabelecida a pensar diferente será contestado, até ser aceito. A questão é: você está disposto a insistir?
Qual Brasil você quer viver. O Brasil que queremos não será construído por likes ou curtidas, mas por ação e fiscalização. Exija transparência, participe de espaços decisórios, forme sua opinião com base em fatos e não em algoritmos. A mudança começa quando você decide ver por conta própria.
Chamada para ação. Esta semana, proponho um desafio: compareça a uma reunião de conselho municipal, uma reunião de bairro ou município, uma sessão da câmara de vereadores, uma obra pública, uma visita à prefeitura, uma visita ao conselho tutelar, entre outros. Leve dúvidas, sugestões e acima de tudo, leve vontade de fazer diferente. O país não muda sozinho. Ele muda com você.

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